Desculpa começar assim, sem regras, sem normativas, sem apresentações, desta vez nem um "olá" te digo, afinal por quem me tomas? Eu que acreditei sempre ser o teu pupilo, a tua pedra da sorte, eu que acreditava ser o que tu não tinhas e tu só me fazes sentir banal?
Já tive imensas vezes de costas viradas para ti, já tive imensas vezes para sair do teu barco e afogar-me e mesmo assim acreditei mais uma vez nas tuas doces brisas a passar no meu corpo, a conquistar a minha alma, a fazer de mim a gota de chuva mais brilhante no meio de muitas outras, afinal tu queres-me levar e deixar onde? Eu não te estou a perguntar, eu estou a obrigar-te a dizer-me, parece raiva o que tenho dentro de mim, não parece? Mas não é, é só preocupação, porque me alimentas e antes mesmo de me sentir satisfeito tiras-me o que dizes ser meu, mas quem és tu para o fazer?
Já viste quantos jogos podemos jogar juntos? Já viste quantos ganhei? Ou foste só tu que me deixas-te ganhar? Agora fico na dúvida se era só para me veres sorrir que me parabenizavas e depois me tiravas o sorriso ou parte dele, porque há uma coisa que não me tiras, e é a força de vencer, achas que quero perder o que conquistei? Queres-me colocar à prova? Eu acho que tu é que não és prova suficiente para te provares a ti mesma, na dúvida pensa que o pupilo torna-se sempre melhor que o mestre e qualquer magia se vira contra o feiticeiro.
Escrevo para ti a carregar com força nas teclas, mas não é raiva, é para não ser mal educado com todas as situações em que me colocas, é para deixar de ser aquele desafogo e aperto no peito de medo de me tirares o que eu tanto gosto, preservo e amo, e ainda achas que choro com isso? Claro que choro, mas à tua frente não vou chorar, sou uma gota, mas não te mostro as minhas lágrimas, tira-me a vida, mas não me tires quem me ama da vida, prefiro ser eu a partir do que me ver partir no meio das tuas graças, apetece-me dizer palavrões, mas sabes? Alguém fez de mim um homem, e mostrou-me que no meio da minha furia eu tenho de ter "calma amor, já passou", e soube sempre agarrar nas minhas mãos tremulas para elas não vibrarem tanto quanto o meu peito.
E tu sabes qual é o meu sonho? Pois tu sabes, e tu também sabes que não me podes tirar esse sonho, então peço-te de uma vez por todas para me deixares ir, na minha maré e deixares-me ser eu a decidir, a ser eu a surpreender-me a mim mesmo, já tens o que é teu, não queiras tudo para ti, eu já não sou teu, sou de mim próprio e de quem eu quero ser e agora já me têm de coração cheio, por isso pára por aqui que eu já tenho quem me dê a mão e me leve a voar, obrigado e até mais.
Para todos chamas-te vida, mas para mim foste a professora que eu devia ter, vou só abrir a porta e sair, ADEUS! Vou viver com o que tenho dentro de mim sem esperar nada de ti.
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