quarta-feira, 22 de maio de 2019

vida? estou de saída

Desculpa começar assim, sem regras, sem normativas, sem apresentações, desta vez nem um "olá" te digo, afinal por quem me tomas? Eu que acreditei sempre ser o teu pupilo, a tua pedra da sorte, eu que acreditava ser o que tu não tinhas e tu só me fazes sentir banal?

Já tive imensas vezes de costas viradas para ti, já tive imensas vezes para sair do teu barco e afogar-me e mesmo assim acreditei mais uma vez nas tuas doces brisas a passar no meu corpo, a conquistar a minha alma, a fazer de mim a gota de chuva mais brilhante no meio de muitas outras, afinal tu queres-me levar e deixar onde? Eu não te estou a perguntar, eu estou a obrigar-te a dizer-me, parece raiva o que tenho dentro de mim, não parece? Mas não é, é só preocupação, porque me alimentas e antes mesmo de me sentir satisfeito tiras-me o que dizes ser meu, mas quem és tu para o fazer?
Já viste quantos jogos podemos jogar juntos? Já viste quantos ganhei? Ou foste só tu que me deixas-te ganhar? Agora fico na dúvida se era só para me veres sorrir que me parabenizavas e depois me tiravas o sorriso ou parte dele, porque há uma coisa que não me tiras, e é a força de vencer, achas que quero perder o que conquistei? Queres-me colocar à prova? Eu acho que tu é que não és prova suficiente para te provares a ti mesma, na dúvida pensa que o pupilo torna-se sempre melhor que o mestre e qualquer magia se vira contra o feiticeiro.

Escrevo para ti a carregar com força nas teclas, mas não é raiva, é para não ser mal educado com todas as situações em que me colocas, é para deixar de ser aquele desafogo e aperto no peito de medo de me tirares o que eu tanto gosto, preservo e amo, e ainda achas que choro com isso? Claro que choro, mas à tua frente não vou chorar, sou uma gota, mas não te mostro as minhas lágrimas, tira-me a vida, mas não me tires quem me ama da vida, prefiro ser eu a partir do que me ver partir no meio das tuas graças, apetece-me dizer palavrões, mas sabes? Alguém fez de mim um homem, e mostrou-me que no meio da minha furia eu tenho de ter "calma amor, já passou", e soube sempre agarrar nas minhas mãos tremulas para elas não vibrarem tanto quanto o meu peito.

E tu sabes qual é o meu sonho? Pois tu sabes, e tu também sabes que não me podes tirar esse sonho, então peço-te de uma vez por todas para me deixares ir, na minha maré e deixares-me ser eu a decidir, a ser eu a surpreender-me a mim mesmo, já tens o que é teu, não queiras tudo para ti, eu já não sou teu, sou de mim próprio e de quem eu quero ser e agora já me têm de coração cheio, por isso pára por aqui que eu já tenho quem me dê a mão e me leve a voar, obrigado e até mais.

Para todos chamas-te vida, mas para mim foste a professora que eu devia ter, vou só abrir a porta e sair, ADEUS! Vou viver com o que tenho dentro de mim sem esperar nada de ti.

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